Antes de mais nada, devo dizer que o texto de hoje é curto, sucinto e direto. Há tempos eu não escrevo por aqui, mas não por falta de querer, e sim pela necessidade de falar pelo meu coração.
É entre a frustração e o gozar de felicidades momentâneas que tenho mais vontade de escrever. Sangrar em palavras escritas aquilo que o corpo e a mente não podem sangrar no dia-a-dia. Então fica difícil conciliar os períodos nos quais eu me isolo para criar, com os momentos que preciso viver… (sim, você entendeu, eu estava escrevendo)
O eu professor, o Teacher Rafa, veja bem, não pode sangrar em frente aos seus mais de duzentos alunos, descontar suas fúrias em colegas de trabalho, tão pouco sobrecarregar amigos e amado.
Sendo assim, é preciso vestir o manto do escriba e escrever.
Em A Era das Aranhas, meu primeiro romance, narrei vingança e amor como combustíveis para a magia, mas é preciso admitir que minha mágica é feita quase somente sob efeito das frustrações e outros demônios que tento expulsar no dia-a-dia.
Em A Dama da Noite, foi a vez de viver a frustração do luto e da fé, mas principalmente, a frustração de ser trazido à força para a cidade grande, onde sempre me senti desconfortável em estar, mas que tem sido minha morada nos últimos 11 anos e imaginá-la como um berço para criaturas folclóricas.
No mundo real, não existe a possibilidade de fazer magia e conseguir a atenção de seus alunos, nem gerir funcionários, ou enfrentar conflitos familiares.
Não à toa, demorei pelo menos três bons anos para deixar o romance como eu gostaria que ele fosse, mesmo tendo escrito A Era das Aranhas no intermédio e outra dezena de textos menores.
Sentia que precisava viver aquele mundo de verdade para conseguir trazer aquela história tona, onde mesmo os personagens incomuns carregam frustrações reais.
Verônica perdeu a filha em um acidente de carro para redescobrir constantemente o mundo a sua volta, repleto de criaturas mágicas, deuses e inimigos terríveis, mas também a amizade, o amor e até mesmo um propósito de vida, tal qual aconteceu comigo ao enfrentar a Selva de Pedra e decidir escrever histórias para que eu pudesse enfrentar os meus medos novos.
A Dama da Noite chegou ao mundo ano passado, mexendo com minhas frustrações, participou de seu lançamento na Bienal de 2024 e enfrentou uma série de dificuldades até pouco tempo atrás, mas agora está pronta para encontrar um novo sentido na vida, e eu não poderia estar mais feliz, ou mais temeroso.




A edição em capa dura está disponível no site da editora Crypta Books, mas em breve poderá ser adquirido comigo também, com direito a brindes vistos antes apenas na Bienal.
Na edição, além de uma diagramação de tirar o fôlego, vocês também vão encontrar artes originais de Ariel Bertholdo, meu artista do coração e melhor amigo, que assinou tão bem essa capa magnífica desde as suas primeiras versões.
É hora de espalhar a verdade de Veredas e conhecer suas aventuras, o vampiro Max e Lilith, nossa Dama. Conto com vocês.
Os próximos passos de Demônios Noturnos.
Este espaço voltará em breve, mais breve do que você imagina, com algumas mudanças que venho prometendo há algum tempo, mas que infelizmente deixei de lado graças aos períodos citados a cima.
Peço apenas que não desistam, nem de mim e muito menos de vocês.
Um beijo no coração!